CARTA ABERTA A TODOS SERVIDORES E COLABORADORES DO IAPAR
- SIND PAR
- 23 de jun. de 2013
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Senhoras e senhores servidores e colaboradores do Instituto Agronômico do Paraná, a crise que enfrentamos nos últimos dias é fruto de anos de descaso e de intransigência administrativa. No dia 26 de fevereiro os servidores protocolizaram a Pauta de Reivindicação que pede: R$800,00 de Abono Emergencial e Reestruturação dos salários, isso passados quase oito anos sem negociações. A atual diretoria desconsiderou a Pauta e não respondeu. O sindicato então procurou o senhor Secretário de Agricultura e fez entrega simbólica da Pauta ao senhor Governador do Estado, mesmo assim a diretoria do IAPAR manteve uma postura contraria as reivindicações, o protocolo aconteceu por ordem do senhor Secretário, porém a diretoria o fez de forma casuística incluindo no protocolo o Plano de Carreira (ABONO/PLANO DE CARREIRA). A diretoria insiste em modificar o Plano de Carreira, porém não é verdade que para conceder reajuste salarial seja obrigatório a mudança do Plano, a nosso ver o Plano de Carreira deve ser algo permanente e duradouro diferentemente dos salários que devem sofrer alterações anuais. Por outro lado essa mesma diretoria não concede no plano vigente as progressões ali impostas a exemplo das avaliações de desempenho dos anos de 2009 e 2012. No ano de 2012 foi realizada uma avaliação de desempenho, os servidores se apresentaram e se dispuseram a comprovar suas dedicações até mesmo através de documentos caso fosse exigido, no entanto analisando os documentos vemos que a intenção da Diretoria de Recursos Humanos é de conceder a progressão apenas no ano de 2015 (RESOLUÇÃO IAPAR Nº 1588/2011 e comunicado do DRH que diz: Iniciaremos a partir de 1º de janeiro de 2012 o primeiro ciclo da Avaliação de Desempenho compreendendo o período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014. Após o término deste período os servidores que obtiverem avaliação satisfatória nos três anos, estarão aptos ao avanço de uma referência salarial, conforme previsto no Artigo 15, parágrafo 3º e no Artigo 14 da Lei Estadual nº 15.179/2006.). Muito nos estranha que essa diretoria que não se dispõe a cumprir o Plano vigente queira mudá-lo. Também nos chama atenção o desmerecimento para com as atividades fins da Instituição como, por exemplo, a transferência de horas extras, cassação de insalubridades e a falta de mão de obra de campo. A diretoria encontrou como solução deste último a troca de servidores por presidiários, fato que deixou a todos estarrecidos. O SINDPAR desde fevereiro tem buscado negociar, porém até o presente momento a direção não cedeu um milímetro em favor dos servidores, fala e escreve, mas as ações são sempre contrárias as reivindicações. Em recentes declarações o Presidente do IAPAR disse que sempre esteve aberto às negociações e que “tem buscado, de forma transparente encaminhar as questões.” Em entrevista à Rádio CBN o Diretor de DRH alegou que “apenas um pequeno grupo de servidores estão descontentes e que a insatisfação esta longe de ser da maioria”. Essas declarações apenas agravam a crise e demonstra a falta de consideração aos companheiros de trabalho que clamam por melhores condições de vida. Não reconhecer a luta e desdenhar da Instituição Democrática legalmente constituída pelos servidores apenas revela o tom antidemocrático e prejudica as negociações. No dia 11 de junho, como é de conhecimento de todos, a assembleia dos servidores deliberou por paralisar os serviços no dia 28 de junho deflagrando Greve Geral no IAPAR. A contar do protocolo da Pauta já se foram quatro meses de uma negociação arrastada, truncada e sem avanços. Às vésperas do final de mandato o que recebemos até agora foi promessas e descaso e ao contrario do que pensam alguns não existe outro momento para sermos atendidos, se este Governo considera verdadeiramente o IAPAR deverá antes do dia 28 nos apresentar uma proposta digna evitando a Greve e demonstrando interesse pela pesquisa agrícola. Contamos com a colaboração de todos apelando para o senso de solidariedade desde o Doutor até o mais humilde trabalhador. Vamos todos juntos em busca daquilo que nos é justo para que possamos trabalhar em paz conseguindo o sustento de nossas famílias. Enquanto não houver uma proposta baseada em nossa Pauta não haverá conformidades. Porque a Greve! É claro que o salário não é o único problema que vivemos no IAPAR: A falta de mão de obra, a cassação de insalubridades concedidas há anos e o não pagamento das avaliações de desempenho são fatores importantíssimos, porém o mais ultrajante é a grande defasagem salarial que em alguns casos passa de 100%. A intransigência administrativa da diretoria do Instituto que custou a reconhecer a defasagem salarial continua a nos arrastar para a Greve. Os trabalhadores alertaram, por diversas vezes, a direção e o Governo da grave crise que nos assola, porém nada nos foi dito e enquanto o governo negociava com outros órgãos do estado nós éramos esquecidos e a diretoria apenas nos enrolava com a história de Plano de Carreira prometido desde 2011. O mais lamentável é que o Governo, tão pouco a direção apresenta uma proposta digna para nossas reivindicações. Não apresenta se quer uma alternativa aos trabalhadores. Nossa única opção é a Luta, a manifestação e a busca de nossos diretos através da mobilização. Proposta das moedinhas Em reunião marcada pela Diretoria do IAPAR, nesta quinta-feira (20/06), foi dito que após um grande esforço que mobilizou varias pessoas do Governo a “diretoria conseguiu juntar umas moedinhas no fundo do caixa e que será possível conceder um valor que será suficiente apenas para mais ou menos cem cestas básicas. “é uma cestinha”. A direção do IAPAR pediu que os trabalhadores entendam o momento e que “as moedinhas é o que é possível nesse momento.”
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