Diretoria do IAPAR tem como prioridade de pesquisa a Batata Doce

Surpreendentemente a recém criada DIT – Diretoria de Inovação Tecnológica do IAPAR apontou como prioridade de Pesquisa a cultura da Batata Doce. As informações, não oficiais, dão conta de que impositivamente a nova diretoria apresentou suas prioridades para o “futuro da pesquisa”. A despeito da realidade do Estado e das necessidades dos Produtores Rurais na lista de prioridades da DIT a Batata Doce terá mais prioridade que as culturas do Café, Feijão, Milho, Arroz e Trigo. Caso estas informações sejam verdadeiras será possível nessas primeiras ações verificar qual será o mote desta nova diretoria. Já há algum tempo o SINDPAR tem apontado a criação da DIT como uma forma de beneficiar pessoas e realizar apadrinhamento político. Porém essas informações demonstram que será muito mais do que isso, pois como se pode ver nas mudanças ocorridas no Regulamento do IAPAR, diga-se de passagem, feitas de forma nada transparente e em surdina, trarão grandes conseqüências para o IAPAR e seus servidores. A DIT foi criada com idênticas atribuições e estrutura da DTC, ou seja, dividiu-se um em dois criando-se novos cargos comissionados a despeito da tão falada Responsabilidade Fiscal. Com todo o respeito à cultura da Batata Doce e às pessoas que trabalham nesta cultura de forma honesta e dedicada não faz sentido algum colocá-la como prioridade de pesquisa à frente das demais, principalmente das commodities. O café, por exemplo, é uma cultura que historicamente tem proporcionado riqueza e destaque ao nosso Estado assim como o Feijão e o Milho. Certamente a oscilação de preço e os custos de produção têm colocado diversos outros desafios para a pesquisa do IAPAR. No final do ano passado a saca de café estava cotada a menos de R$ 200,00, Hoje é de R$ 330,00 demonstrando que aqueles que apostavam no fim da cultura estavam errados, prova disso é a enorme procura de mudas de café no Show Rural em Cascavel. O Paraná é um dos maiores produtores de Feijão e nem por isso os desafios da cultura estão totalmente superados. Os mesmos desafios estão postos às outras culturas largamente produzidas no Estado do Paraná. E a Batata Doce? Ora, assim como a Ervilha e o Grão de Bico a cultura da Batata Doce é por sua natureza considerada, hoje em dia, como secundaria e serve otimamente como diversificação da propriedade e de consumo próprio. Se a intenção da DIT é tornar essa cultura mais plantada que as outras certamente estarão dando uma grande prova da falta de visão técnica trazendo desonra ao Instituto. Esperamos que tudo isso não passe de uma grande confusão, caso contrario esperamos uma efetiva reação contraria principalmente dos ilustres Pesquisadores que vêem no IAPAR muito mais que oportunidade de poder pessoal.

Ricardo Moura

Presidente